quinta-feira, 7 de novembro de 2013

ANIVERSÁRIO DO BATALHÃO

-TESTEMUNHO-
Aniversário do Batalhão
 Comemorações desportivas sob o signo do azar!!!

CAMPO MILITAR DO GRAFANIL
Cumprida a missão no Dange, regressamos a Luanda e instalámo-nos no Grafanil, onde nos ficou confiada a missão, como companhia integrante do Batalhão de Caçadores 2872, o patrulhamento dos bairros periféricos de Luanda; guarda à rede; patrulhamento do comboio de Catete; e de vez em quando, o cerco aos referidos bairros, para deteção de movimentos do “inimigo” (voltaremos a este tema num novo testemunho).
Durante o tempo de permanência em Luanda, fizemos ainda uma intervenção de cerca de um mês em Nambuangongo e outra de 3 semanas nas margens do rio Zenza, até que chegámos ao 1º aniversário da nossa chegada a terras de Angola.
COZINHA DE CAMPANHA NO ZENZA
CERIMÓNIA RELIGIOSA
O programa das festas, iniciou-se com uma missa matinal a cargo do nosso capelão, tenente João Araújo, a que não assistimos, mas não atribuímos a isso o que nos veio a acontecer mais tarde.
Um dos pontos altos eram as comemorações desportivas, com a realização dum torneio de futebol inter-batalhão, fizemos o primeiro jogo que ganhámos e passamos à final, onde íamos defrontar a equipa da CCS, que também tinha vencido o primeiro encontro.

LANCE DUM JOGO DAS COMEMORAÇÔES
No jogo da final, tudo nos correu mal, fomos goleados, por números que já não nos recordamos, mas pior do que isso, no decorrer do jogo, ao saltarmos a uma bola alta junto da nossa baliza, fomos embater num dos postes (os postes das balizas nessa época, eram de construídas de barrotes de madeira, com esquinas em forma de paralelepípedo), provocando-nos um corte, mais ou menos longo, que nos levou ao Hospital Militar de Luanda, acompanhou-nos nessa viagem o Furriel Gabriel (chefe da enfermaria da nossa companhia).
EQUIPA DE FUTEBOL DA C CAÇ 2505
No Hospital Militar, fomos suturados com dezassete pontos (ainda temos do lado esquerdo da cabeça as marcas desse infortúnio), a anestesia à base de éter, não foi suficientemente eficaz, e, os últimos pontos, causaram-nos uma dor horrível, que tínhamos a sensação que nos arrancavam o couro cabeludo. De vez em quando o sargento enfermeiro, que fazia a cirurgia, perguntava se doía, mas como queríamos que aquilo terminasse o mais rapidamente possível, respondíamos abanando a cabeça que não. Finalmente terminou...
HOSPITAL MILITAR DE LUANDA
Regressados ao Grafanil, e como não tomámos qualquer sedativo, as dores eram imensas, já não jantamos, nem conseguimos assistir ao ponto mais alto das comemorações, que constava de um espetáculo de variedades, como sempre abrilhantado pelas senhoras e meninas do Movimento Nacional Feminino, pensamos que com alguns artistas da “rádio”, mas isso já não nos recordamos, mas que foto ao lado documenta.

ARTISTA DA RÁDIO

Na ocasião terão sido distribuídos alguns quilos de aerogramas, não podemos afirmar que tenha acontecido assim, mas era com o que nos presenteavam nessas ocasiões, nas visitas às unidades militares.
AEROGRAMA
Para nós, estas comemorações, já tinham terminado sob o signo do azar!!!
Fotografias: F. Santos e livro do Batalhão 2872
Texto: F. Santos

2 comentários:

  1. Transcrevemos o mail do autor que acompanhou este "Testemunho":

    Olá amigo!

    Tenho andado desaparecido, mas não em combate, regressei com mais um acontecimento do nosso tempo africano.

    Um abraço amigo!

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